Já faz uns anos que eu aprecio e frequento raves. Inclusive, foram nelas que fiz muitas amizades das quais, algumas, carrego até hoje. Por algum tempo, principalmente em alguns locais ( reuniões de família, por exemplo) eu evitei falar de rave como algo que eu frequento, até por um preconceito embutido em minha própria mente, apesar de acha-lo errôneo. Hoje, eu trabalho com isso, logo, não tenho nenhum problema em falar abertamente sobre o assunto, o ambiente, o estilo e principalmente, o público, que é exatamente o ponto a qual quero chegar.
Nós sabemos que existe um forte pré-julgamento e preconceito com
os frequentadores de raves, principalmente em relação á associação com o alto
consumo de drogas nesses eventos. Ou vai me dizer que sempre que você fala que
não usa drogas, todo mundo acredita? Pois é!. A questão, é que muitas das
vezes, nós mesmos, frequentadores, reproduzidos esses discursos preconceituosos
e pré-definidos, ou pior, julgamos igualmente o apreciador de um outro estilo. Eu assumidamente já fiz parte do grupo que critica as “festas
comerciais” no estilos PAGOFUNK, BATIDÃO SERTANEJO e similares, só pelo fato de
achar a música ruim, e o ambiente pior ainda. Acreditava que esses tipos de
festas eram frequentadas por pessoas que queriam aparecer, arrumar confusão
e/ou resgatar a pior parte do Woodstock: A FALTA DE NOÇÃO, quando na verdade,
tudo é só questão de perspectiva, e se fosse tão ruim, ninguém compraria, né
nom? Bom, visto que após experimentar esse estilo de festa, acompanhada de
alguém que admira, pude desconstruir um pouco da minha opinião formada sobre os
“funkeiros”, “sertanejeiros” e afins.. E me inspirar também, a desconstruir a
opinião da grande maioria, sobre nós: “FRITOS”!
Com isso, tive a ideia de um TOP 5 curtinho com a Quebra dos Mitos, para não ficar cansativo, e garantir que todos leiam. Confira abaixo!
1 . Cerca de 79,8% dos frequentadores vão pela música
Pasmem, mas sim, quase 80% das pessoas que vão á raves, vão pela música. Por isso tanta ansiedade pelo line up, pela confirmação dos DJ's, porque não é nada mais nada menos que tracks incríveis que nos permitem desfrutar de uma vibe sem igual. O restante da porcentagem é preenchido por: Pessoas que vão para consumir droga, pessoas que acompanham o(a) namorado(a) e pessoas que vão para experimentar e nem sabem o que tá rolando.
2. Nem todo mundo que frequenta raves, usa droga!
O forninho caiu agora né?! Mas é isso mesmo produção, seria hipocrisia dizer que não rola droga nesses eventos, rola sim, e muita. Mas também generalizar o apreciador de música eletrônica como drogado é um tanto cruel! Tem muita gente, muita mesmo que vai á rave e não usa nenhum tipo de entorpecente, seja lícito ou ilícito. Eu mesma, por exemplo, engasgo com a fumaça(?) do desodorante aerosol, vimos aqui claramente o exemplo de alguém que não daria certo com drogas, a menos que os itens acima sejam considerados droga, aí dá muito certo, raver gosta mesmo é de comer hehe.
3. Rave = Festa na floresta
Não é isso não amiguinhos, rave não é revival de folclore e ninguém aqui faz cosplay de Saci, Boitatá e etc. Deixa titia explicar, raves são eventos que requerem espaços abertos e lugares afastados da área urbana por conta do tempo de duração e do volume das caixas de som, fora a energia mega boa que estar perto da natureza pode proporcionar, estar em contato com a grama, a terra, vento no rosto enquanto escuta um set animal, não tem igual. Já podem parar de chamar os fritos de doidos que curtem festa na floresta, viu, temos explicação.
4. Rave tem hora pra chegar
De jeito nenhum. Isso mesmo! Você não precisa chegar em determinado horário, você pode se programar pra ver uma apresentação e outra não. No mundo das raves, você é livre! Enquanto tem gente já indo embora, tem pessoas chegando ainda, essa é uma super vantagem de um evento durar 24h ou mais. De manha? De tarde? De madrugada? Você decide!
5. Rave tem classificação etária
Ledo engano. Nem todas! Há raves que possuem sim, mas também há aquelas que recebem famílias inteiras, incluindo crianças, idosos e acreditem se quiser, eu já vi até bode entrar haha No nosso mundo não tem segmentação, todos são aceitos, independente de cor, raça, gosto, vestimenta ou até mesmo, idade.
Bom, é isso galera, espero que esse pequeno post tenha ajudado a desconstruir um pouquinho o preconceito com os ravers, e tenha quebrado alguns mitos e curiosidades.



