Um exemplo de PVT a moda antiga!
(foto 1: Patrick Rosa - fotógrafo oficial do evento)
Chegamos a mais um review, dessa vez, outra grande conhecida do público carioca. A Psycologic.
O evento em questão é o último de uma trilogia a qual as edições foram dedicadas a grandes nomes, como: Einstein, Hoffman e o dessa edição, Freud.
Confesso que por não ter ido nas duas edições anteriores, eu não fazia a mínima ideia do que esperar.
A Psycologic veio com a proposta de trazer de volta o clima descontraído das festas privates antigas onde todos eram amigos, reunindo os DJs locais para possibilitar uma entrada barata, para que todos tivessem acesso em qualquer período do mês que o evento fosse realizado, o que está totalmente na contramão da onda dos eventos de hoje em dia. Esse foi um dos grandes motivos que me fizeram ficar ressabiado de inicio.
O local do evento foi o Sítio Campo Belo, que já recebeu inúmeros eventos de música eletrônica. Eu inclusive já havia visitado essa locação diversas vezes em outros eventos do segmento, mas ainda assim não fiquei menos ansioso.
A noite chegou, e pensei que seria um verdadeiro inferno a compra dos ingressos, ledo engano, fui com um amigo avaliar a situação em termos de espera e preços. E para minha surpresa, apesar da fila que se formava, não tive grandes dificuldades e não passei mais de quinze minutos esperando até efetuar a compra.
Os preços dos ingressos ficaram da seguinte forma:
(foto: Psycologic)
Estranhamente, a fila de entrada no evento dos homens era pequena, diferente do habitual, já a das mulheres tinha um tamanho considerável, o que mostra o crescente interesse e aceitação do gênero feminino há eletrônica, enfim, para elas houve uma certa demora até que pudessem entrar, mas nada fora do normal em relação a outros eventos.
Na entrada, os guardas e pessoas da revista estavam fazendo seu trabalho. Julguei por mim que haviam poucos para o trabalho de revista em relação ao número de público, acredito que tenha sido um agravante a demora na entrada. O tráfego de pessoas até o momento em que entrei não era tão intenso, havia sim a fila, mas as pessoas que estavam trabalhando estavam dando conta.
Eu tinha em mente que não deveria esperar algo grandioso em ornamentação, afinal não é a proposta de nenhuma das edições. Inclusive, o evento veio até muito bem arquitetado para o que foi proposto. Por se tratar de uma PVT, o pensamento sempre será numa ornamentação muito simplista, geralmente focada apenas no palco.
O diferencial foi a característica intimista, de uma PVT a moda antiga, um evento planejado intencionalmente para um número limitado de pessoas, o que na minha opinião é ótimo, já que nem sempre quantidade quer dizer qualidade, a ornamentação foi simplista, havia várias placas de papelão pintados espalhadas por todo o evento com frases que fazem todo o sentido para o público. (fotos 2 , 3 e 4)
(foto 2: Adriano Laheto)
(foto 3: Adriano Laheto)
(foto 4: Adriano Laheto)
O palco era totalmente psicodélico, pequeno, trabalhado artesanalmente com uma estrutura triangular, e diferente de muitos eventos, não existia grades para separar o público dos Dj's, fazendo com que o front fosse colado mesmo, bem a moda antiga. As pessoas podiam dançar cara a cara com os responsáveis pelos sets incríveis tocados ao longo do evento. Poder estar ali perto dos caras que fazem sua vibe fluir com o som deles, sem sombra de dúvidas trouxe uma energia a mais.
(foto 5: Leo Draco - fotógrafo oficial do evento)
E devo parabenizar cada DJ pela simpatia com o público. Tiraram fotos ,fizeram videos com a galera . Isso foi sensacional!
Uma das primeiras coisas que eu observei e que sempre gera reclamações da minha parte, foram os banheiros. Veja bem, sempre penso que deveriam ter mais banheiros do que geralmente tem, pois penso no meu conforto e no conforto de quem está no evento. Afinal, estar apertado, ir no banheiro e ter que enfrentar filas, não é nada legal.
Havia seis banheiros químicos e dois banheiros na área da piscina disponíveis para uso. A festa estava bem cheia durante a madruga e boa parte do dia, e eu fiz questão de ir em rondas regulares observar os banheiros, e ver o tamanho das filas que se formavam. Fiquei incrédulo que com uma festa cheia dessas, filas de no máximo seis pessoas se formavam. Mesmo existindo filas, tinha uma boa vazão, o que não deixava formar filas maiores.
Isso me atraiu a um outro problema, e esse, o evento tem tudo haver. A limpeza.
Uma coisa que aprendi com o último evento que cobri, é que não precisa estar entre os maiores eventos para se ter um ambiente limpo.
A contratação de uma empresa que mantenha tanto banheiros quanto a pista limpos o tempo todo é uma jogada e investimento incríveis, porém ainda não tão frequente devido ao custo de contratação, que no caso, encareceriam os ingressos.
A Psycologic tinha sim uma equipe limpando a pista regularmente, mas não tinha ninguém nos banheiros. De todas as vezes que fui não vi ninguém que poderia estar fazendo a limpeza. Isso realmente foi complicado.
Ter pessoas para limpar os banheiros e deixa-los sempre cheirosos é o máximo mesmo, e o evento deveria sim ter colocado pessoas para fazer a manutenção dos banheiros.
Porém, não podemos exigir tanto se não houver reciprocidade, manter a limpeza do local também é responsabilidade de quem usa. Alguns, de fato, não assumiram nem um pouco essa responsabilidade, sério, e deixaram o banheiro de formas inutilizáveis sem o menor respeito ao próximo.
Ai entra minha observação sobre isso. De tudo que eu vi, infelizmente, faltou muito da educação das pessoas que estavam curtindo ali. Vou pontuar algumas coisas que vi e achei o cúmulo do absurdo, coisas que erroneamente levamos como normais, mas na verdade são inaceitáveis para se viver bem em sociedade.
1 - Não querer esperar na fila do banheiro.
Galera, sei que ter 4,5,6, pessoas na sua frente não é fácil, só que virar para a parede e urinar ali, sem nem ao menos se preocupar com as mulheres que estavam na fila também, ultrapassa o limite da falta de educação.
2 - Utilização dos banheiros. - TODOS os banheiros, ficaram caoticamente sujos ao longo do dia. E não, isso não é culpa da falta de uma equipe de limpeza. Isso é devido falta de educação.
Pensem comigo, você vai em um evento que tem duração de mais de doze horas, muito provavelmente você vai querer ir no banheiro bem mais de uma unica vez. Algumas vezes numero um, outras numero 2 e quiçá fazer o numero 3*1. O correto é ter papel higiênico fornecido pelo evento. Mas não podemos contar exclusivamente com isso. Podem acontecer N coisas que façam que no momento em que você for no banheiro não exista papel.
Papel higiênico em banheiro químico, é jogado dentro do vaso, não fora, não no mictório, nem em lugar nenhum. Dentro do vaso, ok?
( *1- Famoso chamar o Raul.)
3 - Solo "sagrado", mais conhecido como pista!
Vejo muita gente falando de solo sagrado isso e aquilo. Mas você já reparou no quanto se suja o solo "sagrado"?
Na Psycologic, tínhamos em várias lixeiras espalhadas, e tinha gente limpando essas lixeiras regularmente. Mas o que aconteceu durante todo o tempo?
A galera jogava as garrafas, copos e tudo mais que pudessem no chão!
Isso é ruim para todos! Vamos analisar só um pouco a situação.
Existindo lixo no chão como garrafas, copos e afins, existe também um risco de alguém escorregar e cair, torcer o pé, entre outras coisas. Também faz com que a equipe de limpeza utilize as vassouras de ferro para juntar o lixo, e com aquele tempo quente que estava e o chão seco, levantava muita poeira. Isso é prejudicial tanto para a saúde, quanto para a curtição.
Não estou dizendo que temos que limpar o ambiente, entretanto, é obrigação nossa manter ele da mesma forma que encontramos. E o chão não tinha uma única garrafa quando entramos lá!
O bar também se manteve na proporção dos banheiros. Ou seja, pequeno, em pouca quantidade porém eficiente o suficiente, não tenho nenhuma reclamação a fazer, o atendimento foi rápido, e até último momento que utilizei, não havia faltado nada.
O caixa foi um ponto negativo, apenas dois, sem nenhuma sinalização do que era o que. As filas por vezes foram demoradas. O pior foi entrar em uma fila e somente ao ser atendido descobrir que aquele caixa era exclusivo para cartão e teria que enfrentar novamente a fila para o caixa de dinheiro. Se me recordo bem, era por volta das 15 horas quando ficou apenas um caixa para fazer as duas tarefas, e que compreensivelmente deixou a menina que estava ali um pouco desnorteada.
Acho que o maior volume de pessoas era no caixa, e se tivessem mais dois, tenho certeza de que não geraria nenhum descontentamento.
Em todo evento hoje em dia, existe a possibilidade de comprar algo para comer, e na Psycologic não foi diferente. O açaí e os espetos de frango, salsichão e batatas estavam ótimos. Ponto para o evento.
(foto 6: Adriano Laheto)
Como eu disse no início, eu estava desconfiado de que pudesse não ser uma boa experiência, mas fui de peito aberto e sendo franco, procurando erros. Veja bem, como jornalista cobrindo um evento, é meu dever achar os erros e expô-los, assim como é meu dever parabenizar os organizadores pelos acertos. E sim, estou parabenizando, pois durante o evento, toda a minha cisma cessou, e observei ainda melhor o que ocorria.
Esse evento foi marcante de muitas formas, dos Dj's que foram incríveis, do público até os funcionários do evento.
Inclusive nesse, a presença de crianças trouxe a tona uma verdade incontestável: RAVE É PARA TODOS!
Vi muita gente feliz, muita gente se divertindo e fazendo amigos, conversando, fritando, viajando, dormindo. Mas as crianças, essas deram um show a parte.
Com elas dançando conosco ali, mostrou nesse evento, o que qualquer evento deve ter! A pureza, tranquilidade, simplicidade, amor, compaixão e muita diversão!
(foto 7: Adriano Laheto)
(foto 8: Adriano Laheto)
Além das crianças tivemos a presença ilustre do bode que chama Rolex (pra quem entende! haha). O bichinho ficou lá em meio a curtição da galera e ganhou o coração de todos!
(foto 9: Adriano Laheto)
O post está ficando longo, eu sei. Só que não dá para sair daqui sem falar tudo!
Outra moda que tomou as pistas das raves nos últimos anos, foi a fantasia. Sim! Fantasia, você não leu errado! Todo evento desse tipo, independente de qual, tem pessoas fantasiadas.
Eu curto raves e festivais desde os anos dois mil, e entendo que quem curte raves desde aqueles bons tempos sinta-se desconfortável com isso. Isso ainda me causa certa estranheza, porém é algo que tem tornado mais divertido de fotografar e curtir a galera.
Acho valido críticas a isso também, afinal nem todos tem que gostar, porém, acho estupido o escarnio a isso, e acho desnecessário uma pessoa impor sua palavra agredindo verbalmente alguém de babaca por se fantasiar.
Um dos vários lemas que levamos nessa vida de festivaleiros é dance mais, repare menos. Então se alguém se sentir feliz e na máxima fantasiado, que ele seja feliz e que curta sua vibe conosco.
Discordo sobre fantasias que escondem completamente o rosto, justamente por questões de segurança. Mas isso é minha opinião, e sinceramente adoro tirar fotos dos fantasiados!
(foto 10: Patrick Rosa - fotógrafo oficial do evento) (foto 11: Adriano Laheto)
Gostaria de poder fazer uma analise detalhada dos Dj's, porém como já me alonguei muito, ou falar pouco, porém colocarei na nossa aba DJ'S aqui do site uma descrição de cada um e uma Track de cada!
Muitos dos DJ'S aqui listados são pratas da casa. Digamos que formados nas divisões de base
Dj Lucas Cordeiro - A Psycologic abriu oportunidade para novos talentos e trouxe essa grata surpresa com seu Progresive Trance. O cara já começou a noite largando pedrada na galera!
Em seguida para manter as pedradas violentas entrou a dupla Matheus Nascimento e Thiago locatelli que formam o projeto Zatelli, que vem na mesma pegada de Progresive Trance.
As duas da manha entrou a baixinha, porém talentosíssima Isa Gaya, com seu Progresive Trance, mantendo a pedrada em nível altíssimo!
O Dj Felippe Santos - Hiden Trip tomou a dianteira com seu Progresive Trance alem de elementos de Full on e não deixou parar de chover pedra!
Nada como um bom e velho Psytrance orquestrado pelo DJ Kiffer, para fazer a galera sacudir durante a madrugada!
Um dos responsáveis pela decoração do evento o DJ Pablo Revolt Santos, responsável por um Progressive Trance pesado, daqueles que parecem que estão batendo em nossas cabeças com uma marreta super pesada!
O DJ Drop Mind Live mostrou porque foi elogiado na Nebula e porque de estar ali. Com seu Progressive Trance de estilo e cheio de variações não deixou barato pra ninguém e arrebentou na pedrada!
T.U.D.E. vs ODORCYK são nomes já muito conhecidos no cenário e são criadores de importantes eventos de Psytrance, T.U.D.E.(NIBBANA) e ODORCYK (NEBULA) juntos somam quase 20 anos de carreira! São DJ's conhecidos no Full-On carioca e sempre defenderam a cultura do Psy. Fizeram estrago na pista na manha de domingo. A pedrada que tacaram no dia ainda esta na minha mente!
Dual Insanix é um artista bastante conhecido e versátil que toca desde o Psy até o Dubstep, fez uma excelente apresentação não deixando a peteca cair em nenhum momento. Com seu estilo ful on hight tech ele mostrou a que veio!
Dolby-Doo e Gabriel Gbr foram responsáveis umas das coisas mais incríveis que acontece em eventos quando toda o "hino" do HI PROFILE - Hamony.
Pessoas que estavam dormindo, morgadas e jogadas pelos cantos despertaram e correram para o front a fim de dançar com esse som!
Eu desconhecia essa DJ mineira, com um talento absurdo chamada Naah Ferraz, e depois de sua apresentação maravilhosa me tornei um fã do seu trabalho!
Dispensando apresentações veio o DJ Revotech com seu estilo Eletro-house. Ele foi responsável pela mudança de tom do evento e por ter iniciado uma das melhores vibes que tive ouvindo esse estilo.
Minimal Monkey, foi responsável por manter a pegada mais propicia a viagens psicodélicas, arrasando com seu estilo minimal!
O que foi o set do Tech Jack jogando aquele forro dos marcianos insanamente ensandecendo a galera? Ele deixou a galera a mil por hora!
And1 chegou marcando presença trazendo uma viagem sonora irresistível para os ouvidos!
Caroles vs Mike Dias foi uma apresentação linda! Ela que já está consolidada no cenário e ele que esta começando, fizeram uma apresentação com uma música de altíssima qualidade! Espero que coloquem esse set logo no SoundCloud!
Thuran foi o resnposavel para fechar um dia fantastico de muita musica boa e muita coisa boa na terceira edição da Psycologic. Ele com seu estilo low bpm que tem pegadas que vão do techno ao deep house conseguiu fechar com chave de outro. Trazendo com o fim do seu set o fim do evento....
Mas como a galera pediu muito, mas muito. Eles atenderam o pedido e soltaram mais um set até as 18 horas! Puro Prog pra terminar de destruir a pista! Só não lembro o nome do DJ, mas coloco aqui assim que descobrir.
Para a organização da Psycologic vai um parabéns por fazer de uma festa pequena um festão de qualidade.
É isso galera, chegamos ao fim, e fiquem ligados, teremos uma entrevista com a dupla de DJ'S do projeto E-spirit-o, uma entrevista super bacana com um dos criadores da Terratronic, e muita matéria boa que estamos preparando!!









